Tuesday, October 7, 2008

O Contraditório - Amy Winehouse

Mas desde quando devemos pedir aos músicos que se portem bem?
Desculpa Alminha, mas isso seria uma ofensa a artistas que tanto fizeram pela música, mesmo tendo feito tão pouco pela sua vida e, dentro dos parâmetros da “normalidade”, pela sua imagem. Recordo artistas como Janis Joplin, Jim Morrison, Kurt Cobain, Miles Davis, Shane McGowan, isto só para mencionar uns poucos.

Artistas sujeitos aos standards sociais? Parece-me um péssimo princípio. Os mais significativos “breakthroughts” da nossa história foram protagonizados por personagens tidos como “doidos” e as ideias ou atitudes realmente inovadoras não são, naturalmente, recebidas de braços abertos pelo senso-comúm. O tempo, esse, encarrega-se de lhes fazer justiça.

Eu não quero dizer com isto que a Amy é um fenómeno inovador, porque não vejo que seja, mas apenas chamar a atenção de que ela, antes de ser um produto ou figura de consumo, é uma artista.

A história de um músico não se faz de vitórias morais. A história da Amy será feita da quantidade e qualidade das emoções que despertará em todos nós. E neste caso acredito que, a seu tempo, iremos brindar ao seu talento.

A Amy não tem apenas uma boa voz. A Amy tem uma voz com alma! Não é certinha, é sofrida, é trágica, é profunda e simboliza a decadência onde nenhum de nós se quer encontrar. A decadência também precisa de referências. A Amy tem a morte impressa na vida, mas a vida cravada na voz.
Amy Winehouse - Love Is A Losing Game

15 comments:

Mariana said...

Meu querido irmão,

Eu não disse que ela tem que ser bem comprtada. Eu disse que me irrita a adoração gerada à volta dela, quando no fundo ela não merece. Os concertos dela são uma merda. A voz, que tanto exaltas (e eu concordo)é inexistente a maior parte das vezes. Se qualquer outro artista fizesse as figuras que ela faz nos concertos, toda a a gente se revoltaria. Com ela, toda a gente aplaude e quer ser como ela?!?!?! Só alimentam a depressão da rapariga que agradece dizendo "Quero morrer porque não há razões para viver...". Irrita-me abrir qualquer publicação e ter que levar com "notícias" sobre a condição desumano-decadente da Amy, que deixou de ser inovadora e/ou chocante há muito tempo.

Happinêss said...

R2D2, eu não tinha lido este post, quando comentei o post abaixo... Mas este teu último parágrafo parece-me encerrar em si aquilo que nós tanto entendemos como "fado".

Eu penso que ela vai ultrapassar a crise, como a maioria dos artistas do Rock, e não só, que ainda hoje veneramos e até vemos ao vivo já avôzinhos ultrapassaram.

Leididi said...

A vida cravada na voz???Man, ela tem 25 anos e a única coisa que conhece da vida, é uma dependência de tudo o que é substância ilícita e do marido presidiário. Um artista não deve fazer aquilo que bem lhe dá na telha, na medida em que deve estar consciente que todo o mundo o está a ver e que, quer queira quer não, vai influenciar comportamentos de mentes mais verdes. Ser famoso também acarreta algumas responsabilidades, não é só ganhar dinheiro e ser adorado. Nos anos 60 e 70 a coisa ainda passava, mas mais ninguém vai ter tanto carisma sob o efeito de drogas como o Jim Morrison e esse, já lá vai. Por outro lado um artista também o é mediante a sua prestação em palco, ao vivo e a cores, não é só a voz gravada no cd que compramos. E ela, R2D2, mete dó. Não tem ponta por onde se lhe pegue. E é isto. Não queriam comentários?? :D

R2D2 said...

Leididi,
No dia que atribuirmos aos artistas a responsabilidade de nos formar como individuos será muito mau sinal e deixaremos de ter "artistas". E depois alguém tem que vir cá desconstruir a cena outra vez porque não há cu que aguente a normalidade.
E no que toca a deixar artistas influenciarem as criancinhas tenho muito mais medo do Mick Jagger.

Anonymous said...

O pior ainda são aqueles que querem ser "artistas" e, por isso, desafiam os parametros da normalidade, custe o que custar. E estes, com sede de protagonismo, que querem à força ser diferentes e especiais , cruzamo-nos com eles todos os dias. É assim numa sociedade em que o "parecer" ou "querer ser" impera, ao invés do "ser". Pedoai-lhes senhor, que eles não sabem o que fazem!

Anonymous said...

O pior ainda são aqueles que querem ser "artistas" e, por isso, desafiam os parametros da normalidade, custe o que custar. E estes, com sede de protagonismo, que querem à força ser diferentes e especiais , cruzamo-nos com eles todos os dias. É assim numa sociedade em que o "parecer" ou "querer ser" impera, ao invés do "ser". Pedoai-lhes senhor, que eles não sabem o que fazem!

Anonymous said...

O pior ainda são aqueles que querem ser "artistas" e, por isso, desafiam os parametros da normalidade, custe o que custar. E estes, com sede de protagonismo, que querem à força ser diferentes e especiais , cruzamo-nos com eles todos os dias. É assim numa sociedade em que o "parecer" ou "querer ser" impera, ao invés do "ser". Pedoai-lhes senhor, que eles não sabem o que fazem!

Anonymous said...

O pior ainda são aqueles que querem ser "artistas" e, por isso, desafiam os parametros da normalidade, custe o que custar. E estes, com sede de protagonismo, que querem à força ser diferentes e especiais , cruzamo-nos com eles todos os dias. É assim numa sociedade em que o "parecer" ou "querer ser" impera, ao invés do "ser". Pedoai-lhes senhor, que eles não sabem o que fazem!

Anonymous said...

O pior ainda são aqueles que querem ser "artistas" e, por isso, desafiam os parametros da normalidade, custe o que custar. E estes, com sede de protagonismo, que querem à força ser diferentes e especiais , cruzamo-nos com eles todos os dias. É assim numa sociedade em que o "parecer" ou "querer ser" impera, ao invés do "ser". Pedoai-lhes senhor, que eles não sabem o que fazem!

R2D2 said...

Anonymous,
Obrigado pelos teus 5 comments.

A gerência deste blog agradece, numa perspectiva estatística.

Um conselho: Não te dirijas ao Senhor sem maiúscula que isso pode dar direito a represálias e coiso.

Anonymous said...

As estatísticas também iludem. Mas há quem as compre, assim como a Amy. Devo mencionar que os 5 posts deveu-se a um erro qualquer e coiso, mas calculo que sem represálias.

Obrigada pelo conselho.
E já agora, a expressão "senso comum" não é hifenizada, nem a palavra "comum" acentuada.

R2D2 said...

Gracias Anonymous. Muchas gracias.

Migas said...

Acho que devemos sempre agradecer o que temos a mais e desejar o que podemos vir a ter (ou não), mas nunca devemos exigir.
Quero com isto dizer que a gaja já nos deu boa musica com uma excelente interpretação (que graças à tecnologia existente, e ao Senhor, está perpetuada), se ela voltar a fazer boa musica, muito agradecido, mas a gaja que faça com a vida dela o que quiser. Posso lamentar, desaconselhar a fazer o que ela faz, mas não posso exigir que ela visite escolinhas e hospitais pediátricos. E também concordo que se a chavala se quer espetar, não é motivo para noticia. Só se com esse acto saísse dali uma boa musica. =)

R2D2 said...

É. Nao é, Migas?

Leididi said...

R2D2: eu não disse que ela tem de ser certinha direitinha, até porque isso seria, realmente, uma grande chatice. Mas ela tem resposabilidades, nomeadamente de dar aos fans bons concertos. Ela deve-lhes isso, porque são eles que a enriquecem à bruta.

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