Eu- Corpo oh corpo, a quanto obrigas! Se ao menos pudesses falar, talvez nos entendessemos melhor. Sempre que padeces eu fico desajeitado. Sem saber o que te dar. Num braço ou numa perna, se te mexem não gostas. Mas tu és o meu corpo, por isso deves obedecer-me. Deixa-te de livres arbítrios e não me obrigues mais a esperar. O nosso contrato é muito justo. Eu alimento-te e tu levas-me onde eu quero. E escusas de te queixar do frio. Só te faz bem. Ficas mais rijo e assim entram menos desconhecidos para as nossas entranhas. Corpo, meu corpo, recompõe-te das tuas amarguras e deixa-me ir à minha vida. Preciso de correr, subir e voltar a ser feliz. Não achas que estás a ir longe demais com os teus amoques? Fazes-me lembrar aquele homem que para não apanhar sol não saía de casa. Sabes onde é que ele vivia? Ao lado duma central nuclear...
Corpo- Mas foste tu que decidiste arrastar a montanha para o teu quintal...
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