Wednesday, June 9, 2010

Cartas do Anónimo


Adoro cães. Todos, excepto os pequenos. Aqueles que por serem pequenos acham que ladrando se tornam maiores. Não são todos, mas a maior parte dos pequenos ladra sem critério. Ladram e moem-nos a molécula. Estão sempre a querer mostrar que desafiam tudo e todos. Pode ser uma mosca ou então um gatuno que acaba de entrar em casa pela janela sem pedir autorização. E é aí que reside a grande falha das pessoas pequenas. Dos cães queria eu dizer! De que nos serve um ser abjecto que nos confunde e nos deixa anestesiados após horas e horas de expressão inútil? Se é para nos dar companhia, só um masoquista é que pode apreciar uma matraca como aquecedor de coração. É que às tantas já nem conseguimos ouvir os nossos próprios pensamentos. E o caso ainda se torna mais dramático quando o animal não é nosso e temos que gramar com ele enquanto estamos em casa a tentar dormir. Ou escrever, que é o meu caso. Há definitivamente algo de errado na forma como nos organizamos.

Apetece-me tanto matar o cão da vizinha!

Simian Mobile Disco, Cruel Intentions

1 comment:

Alda Couto said...

Cuidado com a SPA...

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