olá xukeboxers! ainda ando por terras asiáticas, mas quase a voltar. tenho que confessar que foram umas férias pouco musicais. talvez porque por estas bandas eles tenham um fascínio estranho por arruinar qualquer canção, através desse flagelo mundialmente conhecido que dá pelo nome de karaoke. em cada esquina há um karaoke bar maior que o anterior e eles são fanáticos como não há memória. há até quem tenha o seu próprio microfone, tipo amuleto, para não desafinar...
em visita ao museu de história de Singapura fiquei a saber as raízes históricas deste fascínio pelo karaoke. música étnica sempre houve por aqui, sofrendo influências principalmente da China, mas também da Índia e Malásia. Contudo, o boom da música pop dos anos 50/60 veio numa altura crítica para o país; Singapura era ainda recém-independente e via-se a braços com uma reconstrução em desenvolvimento. Ou seja, não havia dinheiro para despender em cachets para trazer cá os grandes nomes que ecoavam por todo o mundo. os Beatles ainda por cá tocaram, mas só porque estavam de passagem para outros países asiáticos. a grande falha foi o Elvis Presley e foi ele quem despoletou a mania (ou obsessão) da imitação. Pelas palavras de um crítico musical cá do sítio, o Elvis fez nascer vários clones dele próprio um pouco por toda a Ásia que ganhavam a vida a dar concertos nos sítios onde o verdadeiro não ia. quanto mais parecido ao original, mais genuíno e mais adorado pelos fãs. Wilson David, aka, o Elvis de Singapura foi o que mais se destacou nesta altura pela semelhança até vocal. Num momento que até nas escolas proibiam o look-rei-do-rock, por ele ser a personificação da rebeldia. Todos o recordam com carinho e para alguns é provavelmente o único Elvis que conheceram.
outras bandas proliferaram por aqui fora do registo de imitação, mas sempre muito fiéis ao rock n'roll que se fazia pela europa: The Jets, The Quests, The Trailors, The Cyclones são alguns exemplos. hoje em dia, Singapura continua a ser um porto de passagem privilegiado no continente asiático e isso nota-se por todo o lado. os contrastes são enormes: há casas tradicionais, com portas pequenas e poucas janelas a cinco metros de distância de arranha-céus ultra modernos com 70 andares, templos para todos os credos - na mesma rua visitei um hindu, um budista e uma mesquita, jardins botânicos lindos a perder de vista paredes-meias com a selva urbana causada pelo consumismo frenético dos centros comerciais. há música a tocar um pouco por todo o lado e a mistura de culturas é também aqui notória. Existe de tudo um pouco , desde a ligeira local que é pior que comer um prato de malaguetas, até à mais contemporânea com claras influências ocidentais, passando pelo pop, rock, jazz e até alguma alternativa. Para terminar deixo-vos com Rosli Mansor, o guitarrista de culto por aqui. Um Santana asiático.
Adeus e até ao meu regresso!
Rosli Mansor feat. Khairil Yamin, Venice
1 comment:
Estava a ver que não!! Que nunca mais aparecias!! :):) Grandes férias hem! Boa viagem de regresso.
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