Tinha vinte e três anos, quatro meses e dezassete dias quando o meu namorado me mostrou esta música. Estou a brincar. Mas foi aos vinte e três, sim.
A vida tem vários problemas e um deles, bastante grave até, é a associação que fazemos entre músicas (em casos mais obsessivos, álbuns inteiros) e pessoas. Tenho arquivados alguns casos que por muito que tente, não vai dar, é como quando uma bola de plasticina de uma cor se agarra a outra, aquele amarelo nunca mais será o mesmo, vale mais amassar até obter um uniforme alaranjado-tijolo-seco e fechar a latinha.
Vou no carro, ligo o rádio, está a dar, por exemplo (só por exemplo), vamos supor aquela, deixa cá ver, “Love will tear us apart” e lá se abre a janela pop-up de uma criatura que não tem jeito nenhum que me apareça em memória, muito menos musical, muito menos em “Love will tear us apart”, mas não tenho culpa e não posso fazer nada se não encolher os ombros e abanar a cabeça com pena de mim mesma por não ser inteligente a tempo inteiro.
Contudo, boas notícias - milagres às vezes acontecem. Estava a limpar o pó às prateleiras e como sou daquelas pirosas que à frente de uma fila de livros sempre arranja um espacinho para um bibelô ou outro, lá peguei num bambi de um Happy Meal para lhe limpar as orelhas, vai daí pensei “Do the Bambi” vai daí pensei “Stereo Total” vai daí pensei “Total Pop”, vai daí pus o CD a rodar et voilá. A coisa deu-se e a Movie Star passou a ser uma outra rememoração (pontos extra pela utilização deste bonito conceito) e era amostra contaminada, vejam lá. Não - ouçam lá. Assim é que é.
Stereo Total, Movie Star
3 comments:
Lol lol e mais lol... Muito bom!
Olha que a miúda é meia amalucada mas até tem bom gosto.
lady, adoro o teu blog!
juvenal, o teu também!
só tenho pena de não ter tempo de os vasculhar todos os dias!
beijos
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